Segurança contra incêndio: CBMSC traz inovações com o laboratório de ciências do fogo
Consolidando as ações do governo que fazem de Santa Catarina o Estado mais seguro do país, o Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC) promove ações de prevenção e análise no Centro De Pesquisa E Inovação Em Ciências Do Fogo.
O prédio está localizado no bairro Saco Grande, em Florianópolis e conta atualmente com um Laboratório de Reação ao Fogo, onde são feitas as análises relacionadas à segurança contra incêndio e o Laboratório de Análises Químicas, específico para investigação de incêndio.
Inovação
Em conformidade aos últimos avanços tecnológicos, o Centro De Pesquisa E Inovação Em Ciências Do Fogo possibilita ao bombeiro militar maior assertividade na construção do relatório de investigação de incêndio.
Dessa forma, o bombeiro que realiza a vistoria na edificação pode constatar, cientificamente, que o laudo de reação ao fogo de um material que ele está observando é de fato seguro.
Além disso, o laboratório está disponível para outros assuntos. Com os equipamentos disponíveis, é possível prestar serviços internos, como por exemplo identificar problemas técnicos com combustíveis ou verificar o teor alcoólico de um líquido desconhecido, entre outras inúmeras situações. Os diversos tipos de análises podem ser aplicadas tanto para o CBMSC quanto para outros órgãos do governo, favorecendo a sociedade.
Gestão
Em relação a gestão do laboratório, alguns critérios básicos são seguidos rigorosamente. O equipamento utilizado para as análises deve ser funcional, estando em dia com as certificações e qualificações adequadas. Além do equipamento correto, é necessária mão de obra adequada, ou seja, que o bombeiro militar esteja altamente qualificado para entendimento do processo e o aplique conforme as normas exigidas para cada um dos ensaios.
Tendo o equipamento e mão de obra adequados, o processo deve ser reforçado, bem escrito e bem definido, para assim ser qualificado às normas do CBMSC.
Equipamentos
Os equipamentos adquiridos são de fabricação nacional e seguem rigorosas normas internacionais. Um destes aparelhos é o teste de ignitabilidade, que segue a ISO 11925-2, aplicada em todo o mundo.
Assim, se todo o processo que a norma define para esse ensaio for seguido, será possível repeti-lo no laboratório, caso seja necessário, ou reproduzi-lo em qualquer lugar do mundo que utilize as mesmas referências que o CBMSC. Já o equipamento de teste de incombustibilidade, conforme ISO 1182, permite verificar se um material é combustível ou não.
No laboratório de análises químicas, há o interferômetro de infravermelho. Ele pode ser útil nos casos em que um elemento, líquido ou sólido, é encontrado sem possibilidade de identificação na cena de um incêndio.
Outro equipamento é o DSC, que permite a análise de um material por temperatura e seu comportamento térmico, ou seja, em quais etapas o material absorve e libera o calor em curvas de temperatura de até 600 graus.
Outro equipamento é o DSC, que permite a análise de um material por temperatura e seu comportamento térmico, ou seja, em quais etapas o material absorve e libera o calor em curvas de temperatura de até 600 graus.
Isso permite que sejam identificados plásticos, polímeros ou borrachas, por exemplo, que eram desconhecidos no local do incêndio, por meio de um padrão térmico.
Além dos ensaios dentro do laboratório, os ensaios adaptados são preparados quando há uma demanda de um investigador. Estes ensaios permitem testar hipóteses que possam ser levantadas pelo investigador, para que ele tenha um laudo mais técnico, baseado em ciência.
Investigação de incêndio
Após o controle total de um incêndio e operação de rescaldo, um bombeiro especializado vai até o local atingido pelo fogo, a fim de identificar a causa do incêndio. Neste processo, é realizada primeiramente uma análise externa da edificação. Em seguida, é feita uma averiguação interna na qual o investigador caminha no local das áreas menos atingidas para as mais atingidas, definindo assim a “zona de origem” (local onde o incêndio começou).
Posteriormente, ele pode ou não esquadrinhar o local e fazer escavações para identificar o foco inicial.
Quando se trata de um incêndio criminoso, por exemplo, é comum que quem causou o incêndio utilize um agente acelerante, como gasolina, querosene, etc. O combustível derramado no local deixa marcas, capazes de serem identificadas pelo investigador, que faz a coleta do material.
Assim, a investigação deixa de ser apenas visual e passa a contar com o ensaio de um laboratório, que permitirá a comprovação química da presença de um material acelerante — ou não — no local incinerado.
De acordo com o Capitão Wagner Alberto de Moraes, em alguns casos é possível observar esta característica de múltiplos focos. Contudo, isso não comprova que houve necessariamente a inserção de um agente acelerante. Por isso, a utilização dos ensaios laboratoriais permite identificar e evitar falsos positivos.
Os constantes investimentos do governo em tecnologia, qualificação dos profissionais e estrutura no Centro De Pesquisa E Inovação Em Ciências Do Fogo permitem que cada vez mais causas de incêndio sejam solucionadas com assertividade. Conhecendo as reais causas de um incêndio, o Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina tem condições para investir ainda mais em ações de prevenção, promovendo a segurança antes que incidentes aconteçam.
(Fonte: Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina)